sábado

minhas porcas



chegou a altura de vos dar uma certa importância. não porque vos adoro, não porque vos invejo ou por outra razão. é mesmo porque me incomodam. a vossa maneira de pensar, a facilidade com que vocês têm de ser assim. saberem o que são, e continuarem. serem sonsas, cínicas e falsas umas para as outras. vocês não passam de raparigas porcas. raparigas que toda a gente sabe de que saco vêem. querem curtir a vida? é isso? então façam-no mas sem prejudicar, estrilhar ou até mesmo influenciar outras ao mesmo. querem a curtir a vida de uma maneira tão exagerada que depois acabam sozinhas, com cornos do tamanho do mundo, com um filho no ventre e sujas. e quando crescerem? vão dizer ''ainda bem que fui porca" mas depois não passam de mulheres a venderem-se numa esquina qualquer, à procura de dinheiro, prazer, companhia e sexo. vivem de rapazes, de mil e quinhentas fotos a mostrar o vosso corpo para atraírem, para se sentirem mulheres desejadas. mas essa atracção que provocam não passa de uma coisa virtual, de uma coisa passageira. porque depois, quando estão no momento de passar da teoria para a pratica só vos querem ver de pernas abertas. e aí não lhes interessa se têm boas fotos ou não. julgam os rapazes uns cabrões por comerem 50 num dia, na verdade muitos até são. mas se forem diferentes, especiais e boas raparigas acreditem que será um "momento" diferente. é incrível como as coisas mudam de ano para ano. antes era um crime ser ser se porca. foi-se tornando hábito, depois moda. agora já nascem assim. todas nós passamos por momentos destes na nossa vida. só à uma diferença há quem seja só por momentos e há quem queira de fazer disso vida. vocês não valem muito pelo corpo ou cara que têm. na verdade, não valem nada pelas atitudes e coisas que fazem. mas confesso, admiro-vos pela vossa falta de vergonha. e já agora tenho de agradecer, porque se não fossem vocês ninguém daria valor às pessoas que vos acham uma merda e que evitam ser como vocês.


Rita Fontes

terça-feira

viver sem vida


morri. sinto a minha pele fria e áspera. sinto o sangue a correr lentamente pelas veias, o coração sem força, os olhos a quererem fechar. não sei o que se passa. é como se me tivessem roubado o mais essencial do meu corpo. é como querer mexer e não conseguir. os olhos já não brilham, as mãos já não sentem, a boca seca, as pernas caem. todo este psicológico invade o físico tornando uma irrealidade real. tudo deixa de ter sentido. o sol já não tem importância, o mar já não me alegra. tudo por falta de um elemento. de algo que necessito. alguma coisa para poder respirar. sinto uma faca espetada nas minhas costas chegando até ao meu peito. o sangue não me choca, o frio não me incomoda. matas-te me com todas as armas que tinhas. sujaste-me com a tua vingança, ignoraste-me com o teu orgulho. hoje sou uma pessoa sem vida. alguém que quer renascer mas que no entanto é demasiado fraca. Hoje, respiro fundo, abro os olhos e penso que tenho de enfrentar mais um dia a viver não tendo vida.


Rita Fontes