quinta-feira

sorriso


hoje apetece-me falar de um sorriso. de um sorriso que desde do primeiro dia que o vi nunca mais o consegui esquecer. sim, é estranho escrever sobre um sorriso, até porque não há muito que se lhe diga. apenas quero recordar esse sorriso, sentir a energia que ele me dava. aquele sorriso tinha personalidade, bastava olhar e dava-me um aperto de confiança. nunca sentiram isso? nunca sentiram que um sorriso podia mudar sentimentos? o sorriso é a expressão da cara que significa a felicidade, a boa disposição. o que poderá haver melhor que isso? o sorriso é a luta contra as lágrimas, é um silencio precioso que diz tudo. há mil e um sorrisos inesquecíveis que dão vontade de olhar, olhar e não parar. mas ultimamente é este o sorriso que tenho visualizado na "caixinha de recordações" talvez sejam saudades, talvez seja o medo de perder ou então é sentimento de falta. como é possível um sorriso deixar-nos tão confortáveis ou com tanta saudade. é verdade que o sorriso de cada pessoa diz muito sobre ela, tenho um carinho por todos os sorrisos que me fazem sorrir. mas há sorrisos e sorrisos. sorrisos que contam uma historia, sorrisos que trazem lembranças, sorrisos que trazem me lágrimas. tantos sorrisos que me dão sorrisos. este sorriso é diferente, é tão simples mas especial. é tão sincero e amoroso. e o pior? é que eu já lutei contra ele, já tapei esse sorriso com erros, erros da vida. mas um dia vou devolver o sorriso que fiz perder. e voltarei a ver esse sorriso e receber todas as energias que tem para me dar. agora, tu que estás a ler, não penses em mais nada, põe os problemas para trás, pensa no que mais gostas e sorri, apenas :)





Rita Fontes

segunda-feira

"pai"


Sim, sei que nunca vais ler tudo o que escrevo para ti. Aliás, será que ainda te lembras que existo? Se calhar é deprimente, triste e desnecessário escrever e perguntar isto a “alguém”. Mas tenho de falar na esperança que alguém me compreenda. Até porque se eu hoje estou aqui, a escrever e a desabafar que nem uma “menina órfã ” a culpa é somente tua. Não, não penso em ti todas as noites, não te peço para voltares ou ligares. Não te peço para pedires desculpas ou recompensares todos os anos de infância que me fizeste perder. Apenas só te conseguia pedir uma ou outra coisa que se resumem a duas palavras “amor” e “consideração”. Não, não quero o teu amor para nada. Eu não preciso do teu amor. Mas já pensaste no resto da tua família? Tu precisas deles, mas para os teres do teu lado tens de fazer por isso. E achas que fazes? É isso o que provoca a imensa raiva que eu de ti tenho. Tu significas para mim e pelo menos para a melhor pessoa do meu mundo uma “má fase”, um ciclo que finalmente acabou. Por ti não tenho um pingo de respeito. Se queres saber, se um dia passa-se por ti na rua nem nos olhos te iria conseguir olhar, apenas iria me dar vontade de te cuspir em cima. Como é triste ainda haver “pais” assim, como tu. Sem um pouco de sensibilidade, carisma e coragem para enfrentar o lado mau da vida. Mas sabes, eu ainda recordo de momentos que passei contigo... infelizmente poucos desses momentos são bons. Lembro-me tão bem de me dares a mim doces mas sempre com a típica frase “olha Ana, é só para ti”Itálico apesar de teres mais duas filhas. Lembro-me bem de vires chorar para ao pé de mim “a tua mãe deixou-me”, lembro-me tão bem da ultima vez que te vi (sim, já lá foram 7 anos), lembro-me tão bem das ultimas palavras que me disseste (ao telefone) “então com que idade estás? 15? 16? (…) depois vocês vêem almoçar com o pai” (até hoje). Que deprimente que tornaste a minha vida durante anos. Não consigo chamar-te de pai, nunca consegui chorar por sentir a tua falta, nunca me senti mal por no “dia do pai” eu ser a única criança que fazia um postal para a minha mãe. NUNCA. E sabes porque? Porque não passas de um ser insignificante na minha vida, até porque em 57 anos de vida só fizeste 4 coisas bem. Conheceres a mulher que sustentou o que abandonaste e as 3 filhas que hoje poderias ter muito orgulho. Acredita que todos nós neste mundo precisamos de um pai e o que tu me fizeste não se faz a ninguém, fugir nunca é a melhor solução. Pensando bem, acho que vou acabar por te agradecer. Obrigada “pai” por me ensinares a NÃO ser como tu. E desculpa “pai” por não chorar quando penso que nos deixaste. E parabéns “pai” por me conseguires ser “indiferente”.




Rita Fontes