sexta-feira

lagrimas de ouro

não tens noção o que cada lágrima significou. não me arrependo, confesso. porque a lágrima é libertar sentimento, e é bom liberta-lo quando é preciso exprimi-lo. por ti sorri, por ti chorei, por ti gritei, por ti desisti, por ti disse 'nunca mais', mas para quê? hoje o sentimento que por ti sinto exprime-se apenas por palavras. Palavras fortes e sentidas. palavras que nunca antes ouviste. não digo que não mereci chorar tanto. mas digo-te aqui, perante todos os que possam ler este texto, que as lágrimas que por ti chorei são hoje recordas com um pequeno sorriso, sabes porquê? porque foram lágrimas de ouro, lágrimas que jamais choraria por outra pessoa qualquer. porque no fundo fazes-me bem. e por isso digo que chorar é «feio», mas sabe tão bem, tão bem. quem disse que chorar é mau? pois então é mentira. adoro exprimir-me, seja dor, tristeza ou magoa. é expressão. é algo necessário para viver em paz. e agora que sabes disto, por favor.. nunca mais ignores lágrimas como ignoraste as minhas, porque apesar de as lágrimas por vezes serem muito chatas, também podem ser de ouro, e essas não é qualquer um que te as dá.
Rita Fontes

Paixão da Escrita

Não sei o que se passa. Sinto-me contagiada. Contagiada pela escrita! Pego no lápis e num papel. A minha mão desliza rapidamente expondo todas as ideias que dentro de mim saí. Para uns isto pode ser ridículo, para outros um dom, para mim é um hábito, uma necessidade. Como se as palavras dessem vida ao meu pensamento, as frases às minhas ideias e os textos à minha vida. O mundo lá fora não interessa. Sou só eu, o papel e o lápis. Não sei o que se passa, não sei se é normal nem sei se é considerado uma doença. Só sei que não é mau de todo. Afinal, estou apenas a exprimir-me. O sentimento corre do coração directamente para o papel. Sem passar pela consciência. Acredito que haja pessoas que me compreendem. Que o usem o papel como melhor amigo. Pois, é ele que está sempre presente e nunca nos falha, independentemente no estado em que se encontra. Essas pessoas que me compreendem e sabem do que falo de certeza que por vezes escrevem palavras sem sentido, frases desconexas em que em vez de se ver um texto vê-se unicamente sentimentos e sabem porquê? Exactamente pelo o coração estar interligado com a mão que se escreve. É estranho, mas sabe bem. Os que acham ridículo e que ainda estão a ler isto à espera de um “bom motivo”, digo-vos já que não vale a pena. Se não vêem o brilho das palavras não percebem a paixão que se pode ter. O amor que entre elas existe sente-se. Nem todos podemos apaixonar-nos pelo mesmo, não é? Sinto-me mesmo contagiada, mas isto não me assusta. Isto dá-me gozo para continuar durante mais e mais tempo. Não quero pedir ajuda para parar, aliás … para quê parar? As palavras não se esgotam. Quando a paixão é activa nada, mas nada faz com que ela deixe de existir. É como o Sol. Nada o consegue apagar duma vez, apenas vai-se apagando, vai ficando mais fraco. Até que um dia acaba. Mas esta paixão pela escrita não apaga nem se torna fraca. Acontece isso é à “inspiração”, essa sim, nem sempre está connosco. Mas quando vem sabe bem como vir, cheia de força e vontade para se pôr em prática.
Mais uma vez isto não passou de um desabafo e, também, uma ideia do que é para mim escrever. E digo desde já que não faço questão de proceder o meu futuro como escritora de bons e grandes livros, até porque não tenho nenhum dom na escrita. É apenas encontrar forma mais bonita e eficaz de exprimir sentimentos sem reacções secundárias, sem hesitar qualquer atitude.
Escrever, para mim, é como uma paixão. É algo que me faz acreditar e dá-me forças. Sempre que conseguir irei tornar os textos como desabafos saídos do coração, sem medo de qualquer desconexo ou falta de sentido entre frases. Escrever para uns é problema, para mim é necessidade.

Aula de Filosofia,
Rita Fontes

segunda-feira

perfeitamente imperfeita



«um dia quando tu fores grande, vais entender o que é sofrer e aí sim, tu vais compreender» nunca esquecerei essas meras palavras ditas por uma pessoa sábia da vida. essa frase foi acompanhando-me no meu lento crescimento. e hoje cheguei à conclusão que não é preciso ser-se grande para chorar lágrimas de dor. dor de arrependimento, dor de saudade, dor de dor, qualquer dor. posso estar a exagerar, se calhar nem sei bem o que é ter realmente dor. mas sei quando dói e quando faço doer. e é por isso que decidi escrever. é a melhor forma de publicamente expressar sentimentos e mensagens. mais uma vez não me vou referir a ninguém em concreto, porque já perdi a conta as vezes que magoei alguém. e como podem ver a lista poderia se tornar enorme, poderia até não acabar. portanto, já que estás a ler, por favor continua, porque talvez te interesse o que tenho para dizer. neste momento um pedido de desculpas não irá resolver de muito, mas uma justificação poderá esclarecer todos os actos que fiz. Este texto vai acabar por ser mais uma "auto biografia" e não propriamente uma historia de amor como sempre o fiz. Tenho mil e um defeitos. Odeio piroseiras, odeio mostrar que gosto de alguém, odeio lutar por alguém, odeio fazer ver que valho a pena, odeio chorar, odeio dizer que me magoaram, odeio falar de mim, odeio que me critiquem mil vezes, odeio muita coisa. mas é preciso fazer alguns esforços para ter pessoas que me amem de verdade do meu lado. é impossível mudar tudo de uma vez e para ser sincera, nunca tentei. mas reconheço que quando quero consigo ser bem pior do que sou, como consigo ser bem melhor. e por isso aproveito para desde já esclarecer que dou bastante valor a qualquer "amo-te","adoro-te","gosto muito de ti, etc. que me digam, pode até ser da boca para fora, mas toca-me essas palavras serem tão bonitas e serem dirigidas a mim, tendo ainda assim tantos defeitos. é por isso que quando o digo é mais sentido do que nunca, porque pode até ser uma palavra demasiado forte, mas tem significado, e esse não pode ser nunca desprezado. E não, não estou a ser modesta nem rigorosa comigo mesma. Eu sei que lá no fundo também tenho as minhas virtudes, mas de certeza que não são essas que me fazem magoar as pessoas que mais gosto. Não sou igual às outras todas em muitas coisas. Aposto que nenhuma é tão estranha e complicada como eu sou. mas se eu sou assim é porque se calhar algo não está certo, é porque algo me impede de poder conseguir viver "simplesmente". o que é? não sei, mas de certeza que um dia irei descobrir. dificilmente me apaixono, já me apaixonei, e não me arrependo de um único minuto que por isso passei. também não ignoro as pessoas, apenas por vezes isolo-me num mundo, o que faz com que a atenção sobre as pessoas seja indirectamente, quer acreditem quer não, é verdade. já jurei a mil pessoas que um dia irei mudar, mas esse dia ainda não é hoje. podem chamar-me de sádica, mas por agora estou bem, mesmo magoando, sem querer, quem mais gosto. não é que a tristeza dos outros construa a minha felicidade. mas dou bastante valor a quem me compreende e quem me consegue "conduzir" neste meu feitio complicadíssimo. e sei que por muitas pessoas não compreenderem e por não quererem aprender a compreender que se magoam e "desistem" de lutar e de receber tudo o que eu tenho para dar. Não sei se esclareci duvidas de alguém, nem sei se adiantou de muito. mas para os que estão neste momento magoados acreditem que nunca espetei a faca nas costas de ninguém. amo todos que me amam, duma maneira ou de outra. até porque ao cometer tantos erros hoje posso dizer que errar é a maneira mais eficaz de crescer e amadurecer pensamentos e ideias.
Sei que este texto está uma vergonha, mas há coisas que têm de ser ditas no dia e hora exacta. e sem mais demoras tive de publicar todas as palavras que tinha aqui presas.

«tudo muda, tudo parte, tudo tem o seu avesso frágil a memoria da paixão»
e sim, sou perfeitamente uma pessoa imperfeita



Rita Fontes