sexta-feira

Paixão da Escrita

Não sei o que se passa. Sinto-me contagiada. Contagiada pela escrita! Pego no lápis e num papel. A minha mão desliza rapidamente expondo todas as ideias que dentro de mim saí. Para uns isto pode ser ridículo, para outros um dom, para mim é um hábito, uma necessidade. Como se as palavras dessem vida ao meu pensamento, as frases às minhas ideias e os textos à minha vida. O mundo lá fora não interessa. Sou só eu, o papel e o lápis. Não sei o que se passa, não sei se é normal nem sei se é considerado uma doença. Só sei que não é mau de todo. Afinal, estou apenas a exprimir-me. O sentimento corre do coração directamente para o papel. Sem passar pela consciência. Acredito que haja pessoas que me compreendem. Que o usem o papel como melhor amigo. Pois, é ele que está sempre presente e nunca nos falha, independentemente no estado em que se encontra. Essas pessoas que me compreendem e sabem do que falo de certeza que por vezes escrevem palavras sem sentido, frases desconexas em que em vez de se ver um texto vê-se unicamente sentimentos e sabem porquê? Exactamente pelo o coração estar interligado com a mão que se escreve. É estranho, mas sabe bem. Os que acham ridículo e que ainda estão a ler isto à espera de um “bom motivo”, digo-vos já que não vale a pena. Se não vêem o brilho das palavras não percebem a paixão que se pode ter. O amor que entre elas existe sente-se. Nem todos podemos apaixonar-nos pelo mesmo, não é? Sinto-me mesmo contagiada, mas isto não me assusta. Isto dá-me gozo para continuar durante mais e mais tempo. Não quero pedir ajuda para parar, aliás … para quê parar? As palavras não se esgotam. Quando a paixão é activa nada, mas nada faz com que ela deixe de existir. É como o Sol. Nada o consegue apagar duma vez, apenas vai-se apagando, vai ficando mais fraco. Até que um dia acaba. Mas esta paixão pela escrita não apaga nem se torna fraca. Acontece isso é à “inspiração”, essa sim, nem sempre está connosco. Mas quando vem sabe bem como vir, cheia de força e vontade para se pôr em prática.
Mais uma vez isto não passou de um desabafo e, também, uma ideia do que é para mim escrever. E digo desde já que não faço questão de proceder o meu futuro como escritora de bons e grandes livros, até porque não tenho nenhum dom na escrita. É apenas encontrar forma mais bonita e eficaz de exprimir sentimentos sem reacções secundárias, sem hesitar qualquer atitude.
Escrever, para mim, é como uma paixão. É algo que me faz acreditar e dá-me forças. Sempre que conseguir irei tornar os textos como desabafos saídos do coração, sem medo de qualquer desconexo ou falta de sentido entre frases. Escrever para uns é problema, para mim é necessidade.

Aula de Filosofia,
Rita Fontes

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